sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chelsea opta pela estabilidade para conquistar o bi

Um verão de tranquilidade em Stamford Bridge. Após a conquista do Double na última temporada, o Chelsea aposta na manutenção de um time vencedor como o grande trunfo na defesa do título da Premier League. Para a partida de estreia, contra o West Bromwich Albion, o técnico Carlo Ancelotti deve mandar a campo uma equipe sem caras novas.

A política de continuidade não é nova. Os reforços Yossi Benayoun, ex-Liverpool, e Ramires, vindo do Benfica, elevam para onze o número de contratações desde que José Mourinho deixou o comando técnico, em setembro de 2007. É pouco para um integrante da elite europeia e a estratégia traz efeitos colaterais. O elenco conta com vários jogadores com idade próxima ou acima dos 30 anos e há dificuldades para preencher a nova cota de atletas formados na Inglaterra. Entretanto, Ancelotti acredita que as vantagens conquistadas com a experiência e a familiaridade superam o risco de estagnação.

Embora não seja a situação ideal, Nicolas Anelka deve permanecer no lado direito do trio de ataque. Como há muitos meio-campistas para a faixa central e poucos wingers em Stamford Bridge, seria arriscado para o Chelsea trocar o bem-sucedido 4-3-3 pelo 4-4-2 convencional. E mesmo que as saídas de Michael Ballack (26 partidas como titular na Premier League 2009/10) e Joe Cole possam ser sentidas num primeiro momento, Ancelotti tem confiança de que Ramires e Benayoun são alternativas superiores.

O retorno de Michael Essien representa a melhor notícia do verão para o técnico do Chelsea. Sem jogar pelo clube desde dezembro, o ganês é um reforço considerável e dá a oportunidade para que Ancelotti introduza Ramires ao ritmo frenético da Premier League sem pressa. Contratado para ser o box-to-box do lado direito do meio-campo, o brasileiro de 23 anos ameaça a presença de John Obi Mikel entre os titulares.

A chegada de Ramires permite a Ancelotti utilizar Essien como médio-defensivo, num trio que ainda contaria com Frank Lampard pela esquerda. Caso opte pelo 4-4-2, um quarteto formado por Ramires, Essien, Lampard e Florent Malouda seria uma aposta interessante. A possível contratação de Mesut Özil, do Werder Bremen, abriria novas possibilidades ao técnico italiano, além de calar as críticas de que o setor carece de criatividade após a saída de Joe Cole.

Ancelotti tem motivos para ficar preocupado com a falta de alternativas aos atacantes titulares. Salomon Kalou não é mais do que razoável, enquanto Daniel Sturridge ainda precisa justificar o hype em torno de si. Além disso, o elenco envelhecido é cada vez mais suscetível a lesões. O goleiro Petr Čech, o lateral-direito José Bosingwa, o zagueiro Alex e o avançado Didier Drogba são dúvidas para a estreia na Premier League.

Os mais recentes boletins médicos indicam que Alex pode ficar de fora das duas rodadas iniciais, entretanto Bosingwa ainda não tem data para retornar. Com a saída de Ricardo Carvalho para o Real Madrid, a comissão técnica dos Blues tem muito a pensar sobre a composição da linha defensiva. A emergência pode fazer com que Ancelotti reveja as prioridades no mercado de transferência. A busca por Özil corre risco de ficar em segundo plano, com maior destaque à procura por um substituto imediato ao zagueiro português.

Na situação atual, Paulo Ferreira deve ser o lateral-direito titular para a partida diante do West Bromwich Albion. O subestimado Branislav Ivanović passa a ser o companheiro de John Terry na zaga até o retorno de Alex, com o jovem Jeffrey Bruma promovido ao quarto posto na hierarquia dos defensores centrais.

Mesmo desfalcado, o Chelsea de Ancelotti segue como o time a ser batido na Premier League.

Provável equipe titular (4-3-3): Petr Čech; José Bosingwa, Alex, John Terry e Ashley Cole; Ramires, Michael Essien e Frank Lampard; Nicolas Anelka, Didier Drogba e Florent Malouda.

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